Uma em cada cinco pessoas no País já mandou fotos de nudez para alguém e 47% já receberam esse tipo de imagem, diz pesquisa. Saiba como se proteger
Imagine a seguinte cena: você está no trabalho e seu celular avisa que chegou uma mensagem. Você percebe que recebeu uma nova foto em um de seus grupos do WhatsApp e decide abrir o arquivo. Quando o download termina, aparece uma surpresa: a tela é invadida pela imagem de um corpo nu.
Apesar de inconveniente, esse tipo de situação é cada vez mais comum no Brasil. Em muitos casos, a circulação de imagens de nudez em aplicativos de mensagens instantâneas tem relação com o vazamento de fotos íntimas sem autorização das pessoas fotografadas. Uma vez divulgadas, essas imagens circulam sem controle e são repassadas em uma sequência quase infinita entre conhecidos e desconhecidos.
Um em cada cinco brasileiros já mandou fotos de nudez para alguém, segundo estudo realizado pelo Conectai Express. A pesquisa também mostra que quase metade dos internautas brasileiros (47%) já recebeu os chamados nudes. O levantamento indica que 15% das pessoas que mandaram nudes tiveram alguma foto ou filmagem compartilhada sem autorização. Em 2014, a ONG Safernet, entidade que monitora crimes e violações de direitos humanos na internet, recebeu 224 notificações de casos de vazamento de fotos e vídeos íntimos contra a vontade das pessoas expostas. No ano anterior, o número total foi de 101 casos. As mulheres representam 81% das vítimas. Os homens, 16%.
Por quê?
Ao produzir nudes, muitas pessoas ignoram o risco de vazamento das imagens. Por outro lado, quem compartilha fotos íntimas sem autorização esquece que a atitude é criminosa e está sujeita às sanções da lei. Os motivos para a onda de divulgação de fotos de nudez devem ser bastante variados e envolvem, é claro, a praticidade da tecnologia, que permite o compartilhamento de forma instantânea. Quando um parceiro ou uma parceira faz uma imagem íntima para agradar ao par, a falta de autoestima e a pressão de uma das partes talvez expliquem a situação. Quando uma imagem é compartilhada sem autorização, o desrespeito e a vingança podem ser algumas das motivações.
Ao produzir nudes, muitas pessoas ignoram o risco de vazamento das imagens. Por outro lado, quem compartilha fotos íntimas sem autorização esquece que a atitude é criminosa e está sujeita às sanções da lei. Os motivos para a onda de divulgação de fotos de nudez devem ser bastante variados e envolvem, é claro, a praticidade da tecnologia, que permite o compartilhamento de forma instantânea. Quando um parceiro ou uma parceira faz uma imagem íntima para agradar ao par, a falta de autoestima e a pressão de uma das partes talvez expliquem a situação. Quando uma imagem é compartilhada sem autorização, o desrespeito e a vingança podem ser algumas das motivações.
Em meio aos riscos desse tipo de imagem, cabe a cada pessoa compreender as consequências envolvidas no registro e no compartilhamento de momentos íntimos. Quais são as penas previstas pela Justiça para quem compartilha fotos de terceiros? E qual é o preço que se paga por ter a própria intimidade exposta, comentada e escrachada por outras pessoas?
Se você foi vítima de vazamento de imagens, faça uma denúncia pelo site do Ministério Público ou da ONG Safernet, procure uma delegacia especializada em crimes virtuais e peça orientação a um advogado.
Se você foi vítima de vazamento de imagens, faça uma denúncia pelo site do Ministério Público ou da ONG Safernet, procure uma delegacia especializada em crimes virtuais e peça orientação a um advogado.
Casais que trocam nudes precisam analisar se uma foto íntima realmente faz alguma diferença positiva no relacionamento ou se isso não é mais um passo na desvalorização do outro. Afinal, bons momentos podem ser guardados na memória. E palavras e atitudes ainda são as melhores demonstrações de amor e apreço pelo outro.
Por Rê Campebell