terça-feira, 13 de março de 2018

Às fofoqueiras de plantão



É comum que a aspirante a informante comece a fofoca com a frase “menina, você não sabe!” E, para “cortar o barato” da fofoqueira de plantão, aquela que quer distância de problemas precisa dizer “não sei, mas também não quero saber”. Se, no início, a “novidade” parece empolgante, no final, o que resta é a certeza que aquele bochicho não lhe acrescentará nada de bom: não lhe deixará mais rica nem mais inteligente, mas, talvez mais experiente em cuidar da vida dos outros.

Ser “leva e traz” não é tão bom quanto muitas mulheres pensam. Dar ouvidos ao que os outros insistem em lhe dizer, fazer plateia para assuntos desnecessários, repassar a informação em tom novelístico ou bancar a adolescente fofoqueira no estilo da série norte-americana Gossip Girl não é nada agradável.

Passa e repassa

“Alguns, com o argumento de prestar um serviço valioso, repassam tudo o que ouvem. São histórias narradas conforme a conveniência e, às vezes, maldosamente apimentadas”, diz a colunista Nubia Siqueira. Ela completa dizendo que “há uma linha tênue que separa o que é uma fofoca do que é uma informação.”

Para Nubia, enquanto a informação coopera para algo, a fofoca destrói reputações. “Pessoas que fazem isso podem até se beneficiar por algum tempo, mas, cedo ou tarde, cairão em descrédito pela falta de seriedade”, arremata.

O problema também é seu

As fofocas costumam ter certa função terapêutica. No entanto, a escritora Cristiane Cardoso alerta que não vale a pena viver de “leva e traz”, mesmo que com isso uma mulher se sinta superior a outra. É preciso saber que quem não odeia a fofoca pode estar escondendo um problema grave. “A fofoca é abominável para Deus. Se você é de Deus, ela não deveria ser para você também?”, questiona.

A Bíblia descreve em Provérbios 6, versículos 16 ao 19, que Deus não se agrada de quem espalha discórdia entre as pessoas.
“Estas seis coisas o Senhor odeia, e a sétima a sua alma abomina: olhos altivos, língua mentirosa, mãos que derramam sangue inocente, o coração que maquina pensamentos perversos, pés que se apressam a correr para o mal, a testemunha falsa que profere mentiras, e o que semeia contendas entre irmãos.” Provérbios 6.16-19

Sobre Pedro e Paulo

Devemos dar atenção não apenas ao que chega aos nossos ouvidos, mas também ao que falamos, como explica Nanda Bezerra, autora do livro Mais Linda em 40 Dias. “Que tipo de palavras tem saído da sua boca? Será que você tem proferido palavras de vida?”, indaga.

Independentemente das intenções, assim como o tempo, as palavras não voltam. Entretanto, quanto a isso, Nanda compartilha algo que procura fazer: “toda vez que machuco com minhas palavras, eu sei, lá no meu íntimo, que vou ter de pagar o preço por elas. E o preço que decido pagar é voltar à pessoa e pedir perdão. As palavras são fruto do que temos dentro de nós.” E ela tem razão. A frase da canadense Lise Bourbeau de que “o que Pedro pensa de Paulo diz mais sobre Pedro do que de Paulo” vem ao encontro do que acabamos de ler aqui. Pense nisso.

Se o alvo for você...

Para a escritora e palestrante Cristiane Cardoso, a pessoa que é alvo da fofoca tem, basicamente, duas reações. Se entristecer é uma delas. “A consequência pode ser se isolar de todos”, explica. Ela também menciona que quem se acha injustiçada costuma procurar ouvidos para lhe ouvir, o que a leva a fazer o mesmo que fizeram com ela. Outra reação é agir de forma surpreendente. “O Senhor Jesus disse que somos bem-aventuradas quando criticadas, quando falam mentiras sobre nós. É claro que você não vai pular de alegria toda vez que falarem mal de você, mas pode se certificar ainda mais de que é uma bem-aventurada e de que provavelmente é muito invejada pela fofoqueira.”




Por Flavia Francellino/ Foto: Fotolia

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