O que você fez antes de sair de casa?
Vamos ver...
Acordou correndo, tomou banho às pressas, vestiu-se correndo com a primeira, ou no máximo segunda roupa que viu pela frente, tomou o café da manhã comendo em pé, provavelmente (não que isso aconteça todos os dias, mas como você levantou atrasado, a melhor maneira de fazer o seu organismo entender que deve fazer a digestão rápida, é se comer em pé, mesmo que isso não funcione assim muito bem – e você sabe disso –, mas que acaba tornando-se uma ressalva para a sua consciência...) e saiu enlouquecido rumo ao trabalho.
E quando você está na saída do prédio onde mora, ou na entrada do metrô, percebe que esqueceu o cartão, a identidade, ou o mais inédito ainda – como se não precisasse acontecer mais nada naquele dia – a chave do apartamento enfiada na porta.
Então você volta correndo, tropeça numa pedra, se equilibra para não pagar aquele mico de cair na rua movimentadíssima – torcendo para que ninguém tenha lhe visto, é claro – entra no prédio com o pensamento nas chaves ou no possível ladrão que entrou em casa e limpou o lugar – não no bom sentido, logicamente, até porque ladrão que é ladrão não faz faxina, mas de qualquer forma faz a limpeza do jeito dele... –, e... Ufa! A chave ainda está na porta e o apartamento está da exata forma como você o deixou. Ou seja, bagunçado mesmo, mas por sua conta própria.
E depois de ter dado aquele suspiro de alívio, retorna para o ponto de onde partiu agraciado com a vida: a entrada do metrô.
E aí você chega ao trabalho, suado e ofegante, realiza suas atividades normais, sai para almoçar, conversa com seus colegas, relata o seu drama vivido nas primeiras horas do dia, faz a digestão –dessa vez devagar –, e volta ao trabalho novamente. Fala com um, combina com outro, atende ao telefone, passa ligações, tira dúvidas, responde a perguntas, ri, se irrita, resolve problema, antecipa o outro dia, dá um “tchau e até amanhã” para quem fica, e vai embora.
E, de quebra, como ainda faz cursos à noite, corre para o metrô, espera algum trem que venha vazio, coloca seu iPod e segue para a sua aula tranquilamente, escutando suas músicas prediletas, como se não estivesse esquecendo de mais nada.
É quando chega em casa, toma o seu banho, vê alguns e-mails, come qualquer coisa, assiste a um pouco de tevê e, ao bater o cansaço, deita-se confortavelmente na cama, para se preparar para mais um dia de trabalho e possivelmente de correria.
Você só se esqueceu de uma coisa, que se deixar de fazer por um ou mais dias, provavelmente vai deixar de fazer por vários e em seguida por muitos dias: de depois de acordar, pedir para que o seu dia seja bom, e antes de dormir, agradecer por ele e por toda a dor de cabeça que evitou por causa de um simples esquecimento pela manhã.
Podemos esquecer muitas coisas, podemos esquecer coisas fúteis ou necessárias, mas o essencial não dá para deixar para depois. A oração lhe deixa mais próximo de Deus e é o meio que Ele tem para ouvir o que você tem a dizer. Salmos 5.3