Muitas mulheres não admitem seus próprios erros e sofrem com isso
Errar é humano. Essa é uma expressão muito comum, afinal ninguém é perfeito e todo mundo erra. Tendemos sempre a utilizar diferentes justificativas para minimizar nossos erros, mas o direto de errar não exclui o de reconhecer as falhas. Assumi-las é uma virtude que ainda falta a muitas mulheres.
“Não fui eu quem fez isso, foi Fulana (o)” ou “a culpa não foi minha” são respostas frequentes. Para muitas mulheres parece mais fácil culpar os outros pelos fracassos, pelas frustrações e pelos desamores do que se responsabilizar pelas consequências dos próprios atos e decisões.
A auxiliar administrativa Luana Silva, de 26 anos, culpava tudo ao seu redor e não conseguia enxergar que o erro não estava nos outros.
A história que a traumatizou começou na infância. “Quando estava com 10 anos, ganhei uns quilinhos a mais e meus pais falavam que eu estava ficando gorda e que ninguém iria me querer. Passei a comer cada vez mais e culpava meus pais por isso”, lembra.
Os comentários dos pais não ajudaram, pois Luana chegou a pesar 90 quilos na adolescencia e passou a se isolar em um mundo só dela. “Não me importava com a aparência, eu carregava um sentimento de vítima dentro de mim, como se os outros fossem culpados pela minha compulsão pela comida, mas, na verdade, eu tinha perdido minha própria identidade”, emociona-se, ao lembrar o passado.
Luana voltou para o mundo real quando se apaixonou por um rapaz e ele não quis namorá-la por causa de seu excesso de peso. Apesar da humilhação que sentiu, ela tirou proveito da situação, pois decidiu buscar ajuda. “Um trecho que li do livro ‘Melhor que Comprar Sapatos’, em que a autora, Cristiane Cardoso, conta os erros que cometeu no início do casamento, fez que eu refletisse e chegasse à conclusão de que, se eu estava naquela situação, a culpa era só minha porque eu não me valorizava”, revela.
Ao despertar para o próprio erro, Luana procurou um nutricionista e decidiu emagrecer. Hoje, com 27 anos, ela tem o peso ideal para sua altura, aprendeu a dar valor ao jeito de se vestir e de falar. Ela saiu da bolha em que vivia e se tornou uma mulher confiante. “Eu tive que passar por cima do orgulho para conseguir vencer e ser feliz. Apaguei as marcas do passado e construí uma nova história. Hoje estou noiva e muito feliz”, completa a ex-gordinha.
Segundo a escritora, apresentadora e palestrante Cristiane Cardoso, a mulher precisa reconhecer que errou, em vez de culpar alguém. “Enquanto a gente continuar querendo culpar, entender ou explicar o que aconteceu, mais complicado e triste fica”, afirma a apresentadora.
Quantas vezes você já perdeu a chance de dizer para alguém “errei, me perdoe”? Quem admite o erro aprende com ele, pode mudar a situação e evitar novas falhas. Seja sábia e inteligente.
Assumir o erro demonstra humildade
• Aceite-se: é necessário nos aceitarmos com nossas limitações, fraquezas, equívocos de julgamento, sem excesso de culpa ou desprezo.
• Escute os outros: se de cinco pessoas que você conhece, três apontam uma falha sua, está na hora de avaliar suas condutas.
• Seja humilde: se errou, seja humilde e peça desculpas. Reconheça sua responsabilidade e não fique procurando culpados, justificativas ou outras causas.
• Tenha humor: o erro pode ser a alegria de outros. Relaxe e ria também. Afinal, só não erra quem não faz.
• Honestidade: reconheça que você é falível e que todos erram. O problema não é errar, mas não fazer nada a respeito.
• Tenha foco na solução: ao cometer um erro, antes de culpar alguém ou se fazer de vítima, pare e pense em como reverter à situação. Descubra o que aconteceu e tente consertar.
Juliana Allegretti é mestre em psicologia clínica pela PUC de Campinas e especializada no treino de controle do estresse
Por Ana Carolina Cury
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